CDU Alenquer

segunda-feira, maio 16, 2005

Candidatos às autárquicas apresentados

Notícia no Jornal Nova Verdade (Edição Nº 696 - [1 a 15 de Maio de 2005])

CDU Alenquer
Candidatos às autárquicas apresentados

A CDU de Alenquer, apresentou a 24 de Abril, mais alguns dos seus candidatos às autárquicas de Outubro, conforme tinha anunciado aquando da apresentação dos cabeças-de-lista à Câmara e Assembleia Municipal, José Manuel Catarino e Carlos Areal, respectivamente. Com o jantar do 31º aniversário da revolução dos cravos como pano de fundo, a CDU apresentou uma lista que considera “uma demonstração do seu empenho em rejuvenescer e incluir mulheres em lugares elegíveis”. A isso acrescente-se também o número de independentes, quatro até ao momento, quando ainda faltam apresentar três cabeças de lista às Juntas de Freguesia.

Uma das seis candidatas às assembleias de freguesia, num universo total de 13, a professora Maria José Fernandes, vai ter a difícil tarefa de substituir Carlos Areal à frente da lista para o Carregado, e foi apresentada como uma “aposta forte” da CDU, ao maior círculo eleitoral do concelho de Alenquer.

“Uma lista jovem e composta pelo máximo de mulheres e de jovens”, foi a definição de José Manuel Catarino, que prometeu para breve a apresentação dos candidatos de Aldeia Galega da Merceana, Meca, e Vila Verde dos Francos. A dificuldade segundo o actual vereador da CDU, é encontrar “os candidatos que não desequilibrem o que já foi conseguido até agora”. Ou seja, os candidatos poderão ser afinal, candidatas.

Esta política tem objectivos claros, que passam pelo rejuvenescimento das listas, um assumido passar do testemunho. “Deixem-me sair suavemente”, pediu o número um comunista, deixando no entanto em aberto se esta terceira candidatura será também a última. “Não se trata de apresentar aqui uma última candidatura, é evidente que eu vou concorrer para ganhar as eleições, se eu ganhar e for presidente da Câmara, podemos pensar nessa hipótese”.

“Faça você mesmo o programa eleitoral da CDU”, foi assim que José Manuel Catarino classificou o documento que será apresentado “muito em breve”. Como o nome indica, o objectivo dos comunistas é dar oportunidade aos cidadãos de intervir activamente na vida politica, e dar à CDU uma ideia mais concreta do que são as necessidades dos munícipes. Nas questões mais técnicas, os comunistas vão também procurar envolver os especialistas, pelas suas capacidades e não pela cor partidária, contando para já com a participação da Alambi para a área do ambiente, e da ACICA para a área do comércio.

O coronel Baptista Alves, da Associação 25 de Abril e João Vintém do Comité Central do PCP, foram os convidados de honra presentes no jantar no fórum Romeira.

O militar de Abril, e candidato à Câmara Municipal de Sintra pela CDU, lamentou os retrocessos do pós 25 de Abril, a que não será alheia a relação entre os políticos e os cidadãos. “O sistema político tem mantido uma excessiva distanciação das populações, tornando-se permeável à interferência dos grupos de interesses”.

O congresso da democracia, e o observatório da democracia, são duas iniciativas da Associação 25 de Abril, que procuram “incentivar a criação de espaços de participação diálogo, e o estudo dos grandes problemas nacionais, mobilizando vontades e inteligências na procura dos caminhos que nos conduzam a uma sociedade mais justa”.

Baptista Alves apelou ainda “ao sistema politico e aos cidadãos, a intensificação do debate, e da participação politica e cívica à convergência das vontades, e à federação dos esforços de todos, em prol do desenvolvimento de Portugal num ambiente de paz e justiça social”, concluiu.

João Vintém, do Comité Central do PCP, começou por recordar algumas das conquistas de Abril, como “a nacionalização dos sectores estratégicos da economia, a reforma agrária, o salário mínimo nacional, o subsídio de férias e de Natal, o subsídio de desemprego, as pensões de reforma generalizadas a todos, o direito ao voto aos 18 anos, a igualdade de direitos para mulheres, o direito à saúde, à educação e aos passes sociais”.

Lamentando “que a politica de direita conduzida pelos sucessivos governos, tenha conduzido à destruição sistemática de algumas dessas conquistas, como as nacionalizações, enfraquecendo a soberania e a independência nacional e acentuando as desigualdades sociais”, João Vintém lembra que, “os valores de Abril criaram profundas raízes na sociedade portuguesa, e continuam a inspirar a luta dos trabalhadores e de todos os cidadãos, que acreditam que é possível e necessário, uma sociedade mais participada, mais justa e mais democrática”.

A proposta de revisão da lei autárquica, que o PS quer ver aplicada já nestas eleições, e a Constituição Europeia são mais dois exemplos dos retrocessos pós-revolucionários, que colocam em causa a soberania nacional. A primeira porque pretende “terminar com as eleições directas à autarquia”, passando a existir apenas um candidato à Assembleia Municipal, que irá escolher os restantes membros do executivo. A segunda porque pretende criar “uma espécie de Estados Unidos da Europa, cuja constituição se sobrepõe à Constituição Nacional”.João Vintém afirmou ainda confiança “no empenho de todos os candidatos da CDU para as autárquicas de Outubro”, no “derrube de Álvaro Pedro e de uma politica que representa mais do mesmo”.

Durante o jantar foram ainda homenageados os militantes já desaparecidos, com a entrega de um ramo de cravos à família de Álvaro Diniz, destacado membro do PCP falecido no início deste ano.

Frederico Ferreira