CDU Alenquer

sexta-feira, julho 23, 2004

PÓLO DO CARREGADO DA AERLIS: DINHEIROS PÚBLICOS ESQUECIDOS

Ao abandono. È esta a impressão com que se fica quando se passa junto do edifício que a Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS) - organismo descentralizado da Associação Industrial Portuguesa (AIP) - detém à entrada da localidade da Torre, freguesia do Carregado. Ervas que passam a cintura de um indivíduo com estatura média, a estrada que se encontra na área pertencente ao pólo toda esburacada, grafitis em diversos sítios e pelo menos um vidro lateral partido. (A lista poderia continuar mas melhor que as palavras, são as fotografias abaixo apresentadas).
Por volta do mês de Maio a porta traseira encontrava-se arrombada até que houve alguém que reparou e restituiu o lugar normal da dita cuja. Passado uns tempos, não era apenas uma, mas todas as portas, com a excepção da frontal, que se encontravam “desaparecidas”. Quem por lá passava poderia ver todo o interior de um edifício bastante interessante em termos de espaço mas com paredes já “visitadas” por “pinturas de guerra” com umas mensagens pouco ortodoxos como: “morram todos”. Mais uma vez “alguém” alarmou a direcção da AERLIS e decidiram tapar todas essas portas com tijolos.
“Mais um caso de negligência” poderia dizer o leitor. O problema é que a infra-estrutura foi construído com apoios monetários avultados da Câmara Municipal de Alenquer – mais de 200 mil euros, ou seja, cerca de 40 mil contos na moeda antiga –, fora o terreno e o que terá recebido de apoios comunitários, ou seja, com o dinheiro de todos nós. Já para não falar na questão de que este pólo encontra-se junto à escola primária da localidade.
Para acrescentar a tudo isto, moradores da Torre dizem que alguns indivíduos de etnia cigana costumam entrar no edifício e passar lá tardes. O receio dos mesmos é de que possam vir a passar para o local de “armas e bagagens” e que depois seja complicado desocupar o espaço.
Mas não é tudo. Ao que parece, numa altura em que o pólo do Carregado esteve para abrir, as salas do primeiro piso foram todas recheadas de mobiliário e de sistema informático que já lá não se encontra. Desapareceu tudo. Tudo indica que tenha sido roubado.
Mais interessante ainda foi a entrevista de António Ferreira de Carvalho, presidente da AERLIS, concedida ao Jornal D’Alenquer na edição de Julho. De acordo com o mesmo, a “infra-estrutura no Carregado, concebida e construída em estreita cooperação com a Câmara Municipal de Alenquer, está em fase de finalização de obra, que tem sido retardada por alguns problemas de recepção da obra (…)”. E sobre esta afirmação perguntamos nós: Onde é que se encontra a sinalização obrigatória a exibir os prazos da obra? Fase de finalização ou desprezada e esquecida?

Qual a posição da Câmara perante um cenário destes?
 
Será que fechar os olhos é a atitude correcta?

Que outra aplicação poderiam ter tido os mais de 200 mil euros públicos investidos?
 
 
Fachada principal


 
Fachada principal


 
Fachada principal


 
Altura das ervas


 
Porta traseira arrombada


 
Porta traseira arrombada


 
Interior (Foto tirada do local onde se encontrava o vidro partido)


 
Interior (Foto tirada do local onde se encontrava o vidro partido)


 
Vidro partido na parte lateral do edificio


 
Vidro partido na parte lateral do edificio


 
Entrada para o pólo, de costas para o edificio